Com
o RPG você pode usar a imaginação para criar
simulações que exigiriam muitos recursos,
ou até seriam impossíveis, se quiséssemos
vivê-las na realidade.
Seria muito interessante se você pudesse levar seus
alunos para uma visita
ao interior de um vulcão em erupção. Pena que ninguém
voltaria para a próxima aula.
O
RPG oferece uma maneira bem mais segura.
Você pode pedir aos alunos que reunam o material que puderem sobre vulcões,
como relatos, fotos, informações sobre temperaturas, denominações
técnicas das várias fases e componentes de uma erupção,
histórico de conseqüências, etc. Informe que tudo isso ser
usado numa viagem de fantasia ao interior de um vulcão. Dê o
tempo necessário para a pesquisa. Enquanto isso, crie uma história
em que o grupo se torna imune à temperatura, como super-heróis,
que são contratados para um levantamento científico de tudo o
que ocorre durante uma erupção. Mas crie também obstáculos
e perigos, senão a aventura perde a graça. Eles poderiam ser
imunes durante um certo tempo, depois teriam que sair, voando talvez, para
esfriar, podendo voltar após alguns minutos. Enquanto isso, no interior
do vulcão, outros alunos, num círculo de cadeiras no meio da
sala de aula, teriam que relatar elementos observados (pesquisados no material
que trouxeram) para a equipe que está "esfriando" lá fora,
que se encarregaria de escrever tudo no quadro negro. Crie um clima de agitação
e deixe que alguma confusão aconteça, como acidentes, emergências.
Lembre-se: a diversão é parte obrigatória de qualquer
sessão de RPG.
Ao
transformar uma aula em jogo, facilita-se o envolvimento
do aluno com o tema, tornando a aula mais agradável,
divertida e produtiva.
Um
grande problema para o educador é demonstrar a importância
de conteúdos que não tenham aplicação
prática imediata, mas que contribuam para formação
geral do aluno, tornando-o mais capacitado para conteúdos
mais complexos e para a própria vida. Você pode demonstrar
a utilidade de um determinado conteúdo, colocando
o aluno numa situação da qual só se
sairá bem se souber usá-lo.
Temos
um princípio instintivo fundamental: a economia
de energia. Este instinto controla como aplicamos nossa
energia vital para garantir nossa sobrevivência.
Só aplicamos nossa energia na forma de trabalho,
interesse e atenção quando percebemos que
será vantajoso para nós. Isso é extremamente
oportuno e saudável. Se não agíssemos
assim, desperdiçaríamos nossa energia e morreríamos.
Quando um aluno não se interessa por um determinado
tema, ao invés de criticá-lo, deveríamos
procurar mostrar-lhe que seria um fator de economia o seu
aprendizado. Algumas vezes conseguimos isso através
da pressão: " - Se você não estudar
será castigado!".
Como é mais
econômico estudar que ser castigado, o aluno o faz.
Mas isso funciona mal (ainda bem!). Instintivamente gastará o
mínimo necessário de energia para evitar
o castigo e não para aprender.
Com
uma simulação como o RPG, podemos demonstrar
mais facilmente o que será útil na aplicação
do conteúdo. O aluno estudará para obter
maior ganho (mais economia) de resultados.
Os
pais percebem essa dificuldade muito cedo, quando tentam
mostrar aos seus filhos a necessidade de comportarem-se
dessa ou daquela maneira.
Para
que fazer uma coisa tão desagradável como
escovar os dentes?
Mostre
a seu filho fotos de dentes podres e de pessoas desdentadas.
Mostre, ao microscópio, a quantidade enorme de microorganismos
que vivem numa simples gota d'água, tomando cuidado,
no entanto, para não aterrorizá-lo com isso.
Você aumentará em muito as chances de compreensão,
porque ele perceberá que é "mais econômico" ter
o trabalho de escovar os dentes, que ficar com aquela boca
feia que viu concretamente na foto.
Como
interessar seus alunos na guerra de secessão americana,
se nem parte da nossa história faz? Uma alternativa é fazer
uma infinita preleção sobre a importância
da história, das vantagens de aumentarmos nossa
cultura geral, de conhecermos a cultura e eventos significativos
da história de outros povos. Você poderá,
no entanto, resumir tudo isso (facilitando seu trabalho
e dos seus alunos) e dar uma aventura em que parte da classe
seja sulista e parte nortista. Alguns serão escravos,
outros soldados e outros ainda poderão ser observadores
internacionais. Coloque-os no conflito de interesses. A
história se tornará viva e os alunos
sentirão na pele o que, pelo menos em parte, sentiram
os norte-americanos.
O
RPG possibilita a vivência do conteúdo.
Essa riqueza garante o interesse do aluno.
Entusiasme
seus alunos a usarem o RPG em seus trabalhos escolares. É um ótimo
estímulo à redação, já que
ao criar aventuras o aluno terá que escrevê-las.
Obviamente insista para que não descuidem dos recursos
já existentes como exposição, colagens,
montagens, trabalhos escritos.
O
RPG é mais um recurso à disposição
de professores e alunos, não devendo ser tomado
como o mais importante e, muito menos, como o único
recurso a ser usado em aula.
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